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Érea verde rodeada por prédios na Freguesia (Jacarepaguá - RJ). |
Sossego em Jacarepaguá? Moradores desmentem propaganda imobiliária
Luis Philipe Souza | Rio+ | 12/06/2012 16h57
Anúncios
imobiliários dizem que viver na região de Jacarepaguá e adjacências é ter
contato com a natureza e reencontrar o sossego. Este é o principal
"produto" que construtoras e corretoras vendem para fomentar a
habitação em massa de alguns bairros da Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro.
No entanto, moradores antigos da região disseram ao SRZD que a realidade
vendida passa longe do que realmente se vê.
Trânsito
insuportável, crescimento sem planejamento, desmatamento e desrespeito ao
patrimônio histórico estão no topo da ata de reclamações do movimento
"S.O.S. Freguesia e Jacarepaguá".
Moradora do
bairro da Freguesia há 32 anos, a ecomilitante Marília Castro diz que o
problema é generalizado. Segundo ela, a situação se agravou quando em 2004 foi
aprovada uma mudança que aumentou o gabarito de construções da região.
"Antigamente
aqui tinha muitos sítios grandes, onde tinha somente uma casa e viviam poucas
pessoas. Agora são prédios atrás de prédios, onde no mesmo espaço vivem
milhares. Eles (imobiliárias) vendem os prédios falando do contato com a
natureza, mas na verdade eles estão é desmatando uma boa parte da mata",
afirmou, acrescentando que hoje em dia não recomendaria o bairro como um bom
lugar para se viver.
Outra moradora
que também faz parte do movimento é Gisela Santana. Urbanista, ela atentou para
o fato de a maioria das 16 mil unidades prediais construídas desde 2004 não
apresentarem redes de esgoto.
"Jacarepaguá
é uma das áreas mais desprovidas de esgoto. Não tenho números, mas grande parte
desses novos prédios ligam o esgoto na galeria pluvial. Isso não é (rede de)
esgoto", argumentou.
Associação
apresenta denúncias ao MP
A Associação de
Moradores e Amigos da Freguesia (AMAF) está à frente de denúncias ao Ministério
Público Estadual e ao Ministério Público Federal para tentar brecar a rápida
transformação que a região apresenta. No entanto, o presidente da Associação
disse ao SRZD que diversas tentativas de negociação com autoridades já
foram feitas, mas que agora eles tentarão ser ouvidos diretamente pelo prefeito
Eduardo Paes.
"Tentamos
nos reunir com a Secretaria de Urbanismo e não arrumamos nada, fomos no
subprefeito e também não resolvemos nada. Agora a gente já partiu para uma
mobilização mais direta pra ver se a coisa funciona. A Freguesia está virando
um caos e queremos que isso pare. Sei que não se consegue reverter a situação,
mas queremos que pelo menos recupere um pouco", afirmou.
No próximo dia
23, uma manifestação no Largo da Freguesia coletará assinaturas para o
abaixo-assinado para ser entregue ao prefeito da cidade.
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